Não é regido pelo “Cronos”,
mas sim pelo compasso de cada amor.
Não tem ponteiros
e seu ponto de partida,
não tem vislumbre de chegada.
Seus intervalos são
completamente irregulares,
confundidos pela arritmia severa
da dor dilacerante da despedida.
São medidos pelas agulhadas da dor
de encarar a falta do que foi perdido
e os desafios a serem enfrentados.
Seu movimento
é invisível, desvalorizado
e incompreensível
para todos aqueles
que insistem em
apontar o relógio de pulso.
E dizer…
“Você já deveria…”
Ou ainda,
“Você ainda está aí?”
Sim, no relógio do enlutado ainda é tempo.
E a pergunta que precisa ser feita não é
“Até quando?” e sim “Por quê?”.